Aos nativos da província de Trás-
os-Montes se lhes costuma dizer que são mais teimosos que um burro. É
totalmente normal que um burro mesmo por ser burro, tem o direito de recusar-se
a andar quando já não pode com a carga. Esta atitude animal não deixa de ser
totalmente normal de não fazer o que não pode fazer! O que não é normal, é
existir gente sem um mínimo de escrúpulos nem lógica nem razão. O único que têm
em mente, é o benefício tanto material como espiritual para satisfazer o seu
espirito usureiro.
Carregar o pobre animal como se este fosse um
trator, não deixa de ser crime. Estes usureiros deviam de sofrer na sua
própria pele precisamente o mesmo castigo ao que eles infringem às suas
vítimas. Isto é, dar totalmente volta à Tortilha como fazem os
espanhóis, voltar o bruxedo contra o feiticeiro, como aqueles feiticeiros que
criaram as medidas de austeridade para nos poderem roubar indiscriminadamente,
dizendo que é mais que suficiente trezentos Euros para que o povo possa viver.
Portanto; sendo eu nativo de
Trás-os-Montes, é com muito orgulho que me sinto teimoso que nem um burro.
Desde tenra idade comecei a desobedecer e a repudiar todo o meio em que estava
involucrado. A forma de vida de todo um povo estava devidamente programada pela
então chamada “ Casa Grande” cujo Senhor ordenava quem devia comer ou não comer!
(…) A autoridade deste Senhor e a forma como exercia a mesma, davam-me vontade
de vomitar, ao mesmo tempo, passavam-me umas ideias de tal ordem perversas pela
cabeça que se as pusesse em prática seguramente dito Senhor não teria mais
vontade de fustigar crianças não maiores de oito anos por não trazerem o
caldeiro cheio de água.
Nessa época, ainda com radiações
atómicas de todos os lados; o chamado ser humano não era outra coisa que um
animal de carga, sujeito à lei do Chicote ordenada pelo Senhorio da Casa
Grande. As pobres crianças que deixavam a escola, para acartarem água para casa
deste monstro de chicote, para poder lavar a consciência dos crimes continuados
que cometia. Estas infelizes crianças, não tinham possibilidades de
defenderem-se, mas nada impedia que os pais das mesmas fizessem justiça pelas
suas próprias mãos. Neste Mundo nem em nenhuma outra parte do Universo se pode
viver sem justiça e se esta está isenta, temos todo o direito deste mundo em a
fazer pelas nossas próprias mãos.
O direito instintivo é um dos
principais fatores de defesa da nossa própria vida. Não podemos esperar que
seja a autoridade que nos defenda, porque esta nunca está onde deve de estar.
Diariamente morrem milhares de inocentes sem terem cometido qualquer delito. Uns
morrem de fome, outros à procura de trabalho, milhares de outros a fugirem das
bombas inteligentes. O mais repugnante desta comédia é o desprezo que estas
bandas mafiosas organizadas têm pelo ser humano honesto, tratando-o como se
este fosse um verdadeiro leproso. Também não deixa de ser repugnante, que este
ser humano por mais honesto que seja, não seja, o verdadeiro, e único culpado
de todas as situações que passam neste miserável mundo.
Não existem dúvidas que seja fácil
governar uma sociedade totalmente em desordem imposta através de séculos. No
entanto, tão pouco é difícil fazer justiça e mudar as regras do jogo. O único a
fazer é pôr a viver aqueles que dizem que o povo pode viver com trezentos Euros,
a viverem com a mesma quantia. De um dia para outro, toda esta desordem em que
se vive, através da sua existência, entrava totalmente na ordem e no verdadeiro
equilíbrio porque as possibilidades começavam a flutuar na mesma direção. O
único que se sabe, é que um por cento da sociedade tem mais força que o outro
noventa e nove por cento. Como é isto possível? Será que a natureza fez um mal
nascido em cada cem pessoas que nasce? Será que esta minúscula percentagem tem
todo o direito de usufruir como quer e lhe dá na real gana o resto da
sociedade? Onde está a Justiça? Nos roubam, nos sodomizam, nos assassinam como
querem e onde querem e quando o povo
pede justiça é a mesma escumalha que roubou que vai fazer o inquérito para
saber o que o povo não deve de saber! Eis a razão do titulo.
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