sábado, 31 de março de 2018

A mãe porca e os seus leitões


Quando criança, uma das melhores brincadeiras que tinha, era abrir a cancela do curral dos porcos, deixa-los fugir para tirarem a barriga de misérias nos bons pastos primaverais. Nesses tempos, ver a alegria da mãe porca em liberdade, com os seus nove leitõezinhos a pastarem e brincarem junto da sua progenitora, para uma criança essa imagem era mais que um regalo de Deus. Por mais ameaças que me faziam alguns lesados de uma couve ou outra comida pelos leitõezinhos, por instinto ou por outras razões que ainda hoje desconheço, sempre fazia a mesma coisa.
Outras travessuras, era perder-me no meio dos campos à procura de toda a classe de ninhos e tentar compreender o vai e vem dos passarinhos sempre com qualquer coisa entre o bico para alimentarem os seus filhotes. Observar este mundo natural e ver como se reproduziam estas pequenas criaturitas sem a necessidade da mão negra do bicho homem é qualquer coisa sobrenatural e sagrado, dando a impressão que tudo se movimentava por si só.
 Assentado em qualquer fraga, de olhos postos em várias árvores ao mesmo tempo, esperava a entrada e saída destas mães gloriosas dos seus ninhos. Além de alimentarem os filhos com todo o carinho, ainda tinham tempo de pousarem em qualquer ramo para cantarem ao desafio entre espécies. O mais bonito desta fauna é que todos os seus habitantes eram catedráticos sem terem necessidade de diplomas Universitários e viverem felizes e contentes sem a necessidade de fazerem guerras nem roubarem a outros o que não lhes pertence. A primeira coisa que aprenderam foi a respeitar uns e outros e a fugirem para longe quando se aproximava o bicho homem.  
De tenra idade, nunca suportei injustiças. Ver os gritos desesperados de um povo a pedir pão para matar a fome, não só era arrepiante, como inolvidável. Dentro dessa miséria infinita, ainda existia uma espécie de remordimentos escondidos no consciente, coisa que apouco e pouco foi desaparecendo da mente humana. Hoje os leitõezinhos deixaram de ser leitões para transformarem-se em grandes porcos, dentro de pocilgas imundas, alimentados à base de rações hormónicas pluricelulares em que num curto espaço de tempo perdem toda a configuração animal, para tornarem-se em monstros de grandes tetas, sem qualquer possibilidade de verem no matadouro se são porcas ou porcos!...
Passa o mesmo com, outras espécies comestíveis, Fabricaram vírus inexistentes, como o vírus das vacas loucas, sida, ébola, aviário, cocaína, heroína, ervecidas e tantos outros venenos com o único fim de proibir o ser humano a criar o seu próprio alimento, para ficar totalmente à mercê das multinacionais e escravo das mesmas.
Estes métodos revolucionários de fazer dinheiro à conta da estupidez e da cobardia humana, é totalmente normal que ditos sistemas se perpetuem ao infinito, pela falta de oposição a estes atropelos contra natura. Assim não é difícil compreender que os verdadeiros porcos estão entranháveis na raça humana, suportando todo o tipo vexações sem qualquer protesta. Não existem dúvidas desta realidade, cada povo tem o governo que merece. No entanto, não deixo de perguntar-me a cada instante o porquê desta destruição massiva, não só, das florestas como de todas as espécies existentes nas mesmas.

sexta-feira, 9 de março de 2018

O Impasse dos vivos (Continuação)



A única certeza existente nesta vida, é que o mundo não pode continuar a viver por muito tempo neste ínfimo de uma vida tão reles. Por mais que existam grandes ares de grandeza; é pura ficção, pela simples razão que a grandeza humana nunca foi material, mas sim espiritual, como o demonstram os factos quotidianos. O ser humano está completamente vazio, com uma alma enferrujada e isento de qualquer grandeza.
Uns anos atrás, existiam uma espécie de curandeiros disfarçados de palhaços. Unicamente com gestos e um olhar desafiante conseguiam fazer rir centenas de crianças e os seus acompanhantes. Estes espetáculos ambulantes eram de uma eficácia perfeita. Uns sapatos rotos, umas roupas coloridas, um disfarçado nariz era suficiente para transmitir ao mundo infantil uma felicidade inesperada e inolvidável.
Esta gente maravilhosa que deambulava de um lado para outro sem descanso, para transmitir aos outros a sua riqueza, não o faziam por dinheiro, mas sim, por amor à arte de fazerem felizes milhares de crianças. Mas, como os abutres só têm vida de papo cheio, ao verem a cara destas crianças cheias de felicidade, não tardaram tempo a proibirem ditos espetáculos, sancionar com multas a ocupação de terrenos que não são de ninguém. A criação de impostos superiores às receitas ano atrás ano, obrigaram esta pobre gente a desistir por falta de meios e assim acabarem com a magia adequada de fazerem felizes estas almas infantis, deixando-as completamente abandonadas em terras desertas sem qualquer futuro.
Entre pitos e flautas a vida continua, com alma ou sem alma todos os meios são válidos para sobreviver. Os principais pilares deste mundo moderno, não são outros que o crime organizado. A célebre frase “ se não estás comigo, estarás contra mim” é a principal linha desta luta terrorífica. A guerra com autorização das Nações Unidas ou se ela, é o núcleo central do terror onde se matam indiscriminadamente centenas e centenas de milhares de inocentes. O inconcebível é, como uma cambada de “lambeculos” estejam todos de acordo de transformar este Planeta num autêntico Pandemónio?
As consequências destes pandemónios não teriam grande importância se vivêssemos numa sociedade exclusivamente adulta. De uma forma ou de outra todos somos culpados, uns pelos crimes que cometem, outros de ficarem passivos e nada fazerem para impedir ditos crimes. Por isso, ninguém pode estar isento de culpas, salvo as crianças que nada fizeram para serem as principais vítimas destes harpias, que vivem neste mundo disfarçados de humanos; quando em realidade não são mais que uns Títeres de papel molhado, uns abutres que se alimento de tudo que está podrido, uns assexuados empedernidos nas altas esferas do mal, devidamente preparados para transformarem o mundo à sua própria imagem.

sexta-feira, 2 de março de 2018

O impasse dos vivos e a revolta dos mortos



Foi necessário matar a dezassete pessoas e ferir outras tantas, para que o governo americano se dera conta que Nikolas Cruz de 19 anos estava vivo. Da mesma forma, as chuvas torrenciais em Moçambique por casualidade provocaram dezassete mortes e uma quantidade de feridos ao derrubar-se uma montanha de esterco, encima de umas barracas onde uns infelizes viviam.
Em Espanha, 10 milhões de Pensionistas saem à rua de uma forma contundente para dizerem que estão vivos e a exigir o aumento das suas pensões, porque as políticas nefastas provocadas pelas aves de rapinas do Partido Popular; só servem para enriquecer uma classe privilegiada de abutres sem escrúpulos, deixando ao destino dos Deuses todo aqueles que não façam parte dessas classes.
É triste mas é assim. As circunstâncias da vida deram origem a gerações sem qualquer sentido comum, isto é, gerações sem alma, inteiramente submissas ao desenvolvimento das novas tecnologias, sem pensarem por um momento que são estas a principal causa de todos os males. Tudo que era normal deixou de o ser. A vida com vida já nem sequer existe, a semente da mesma foi contaminada impedindo assim o seu desenvolvimento normal, ficando sujeita a doses contaminantes para continuar o destino que lhe foi programado mesmo antes de nascer.
Nestes precisos momentos, mais de um 20% da sociedade mundial, anda deambulando de um lado para outro em busca de uma dose alterada de cocaína ou morfina para snifarem ou injetarem no corpo, afins de aliviar o sofrimento degradante que padecem. Este tipo de droga que mata lentamente, é uma morte de luxo pelo seu valor desorbitado, tornando-se um dos melhores negócios do mundo, igual ou superior ao tráfico de armas. Não deixa de ser estranho a proibição de tais negócios ao que nos leva a pensar que a legalidade dos mesmos morreriam por si só, porque ninguém estaria disposto a suicidar-se gratuitamente, mesmo que ditas drogas estivessem livres de contaminação.
Imaginamos os milhões que custam ao contribuinte a manutenção de uma polícia especializada antidroga, sustentarem milhões de presos, uns condenados à morte, outros por vida para acabarem com o maldito tráfico. No entanto, a luta contra o tráfico de droga em vez de acabar, tornou-se como a luta contra o terrorismo, por mais que matem terroristas e prendam traficantes, cada vez existem mais drogados e mais inocentes a morrerem nas mãos de uns bandidos assassinos, sem se saber jamais quem são estes criminosos que nos matam indiscriminadamente!...
As quantidades de refugiados a morrerem de fome e de frio, expostos à tempérie sem qualquer meio de defesa, milhares e milhares de sem abrigo porque o próprio Estado cria situações propícias para que tal aconteça. Crisis económicas inventadas com fins de nos roubarem todas as nossas pertinências. Como é possível a impunidade dos assassinos que mataram e queimaram os corpos de vinte estudantes Mexicanos? Não serão estes atos de banditismo o maior terrorismo existente? Não serão estes crimes a verdadeira essência do mal? Se é assim, para que servem as policias e os Tribunais se não resolvem merda nenhuma? Para que pagamos impostos para alimentar Governos corruptos? As respostas a estas realidades, ficam para mais tarde, porque mexer na sujidade de uma só vez; dão ganas de vomitar.