sexta-feira, 9 de março de 2018

O Impasse dos vivos (Continuação)



A única certeza existente nesta vida, é que o mundo não pode continuar a viver por muito tempo neste ínfimo de uma vida tão reles. Por mais que existam grandes ares de grandeza; é pura ficção, pela simples razão que a grandeza humana nunca foi material, mas sim espiritual, como o demonstram os factos quotidianos. O ser humano está completamente vazio, com uma alma enferrujada e isento de qualquer grandeza.
Uns anos atrás, existiam uma espécie de curandeiros disfarçados de palhaços. Unicamente com gestos e um olhar desafiante conseguiam fazer rir centenas de crianças e os seus acompanhantes. Estes espetáculos ambulantes eram de uma eficácia perfeita. Uns sapatos rotos, umas roupas coloridas, um disfarçado nariz era suficiente para transmitir ao mundo infantil uma felicidade inesperada e inolvidável.
Esta gente maravilhosa que deambulava de um lado para outro sem descanso, para transmitir aos outros a sua riqueza, não o faziam por dinheiro, mas sim, por amor à arte de fazerem felizes milhares de crianças. Mas, como os abutres só têm vida de papo cheio, ao verem a cara destas crianças cheias de felicidade, não tardaram tempo a proibirem ditos espetáculos, sancionar com multas a ocupação de terrenos que não são de ninguém. A criação de impostos superiores às receitas ano atrás ano, obrigaram esta pobre gente a desistir por falta de meios e assim acabarem com a magia adequada de fazerem felizes estas almas infantis, deixando-as completamente abandonadas em terras desertas sem qualquer futuro.
Entre pitos e flautas a vida continua, com alma ou sem alma todos os meios são válidos para sobreviver. Os principais pilares deste mundo moderno, não são outros que o crime organizado. A célebre frase “ se não estás comigo, estarás contra mim” é a principal linha desta luta terrorífica. A guerra com autorização das Nações Unidas ou se ela, é o núcleo central do terror onde se matam indiscriminadamente centenas e centenas de milhares de inocentes. O inconcebível é, como uma cambada de “lambeculos” estejam todos de acordo de transformar este Planeta num autêntico Pandemónio?
As consequências destes pandemónios não teriam grande importância se vivêssemos numa sociedade exclusivamente adulta. De uma forma ou de outra todos somos culpados, uns pelos crimes que cometem, outros de ficarem passivos e nada fazerem para impedir ditos crimes. Por isso, ninguém pode estar isento de culpas, salvo as crianças que nada fizeram para serem as principais vítimas destes harpias, que vivem neste mundo disfarçados de humanos; quando em realidade não são mais que uns Títeres de papel molhado, uns abutres que se alimento de tudo que está podrido, uns assexuados empedernidos nas altas esferas do mal, devidamente preparados para transformarem o mundo à sua própria imagem.

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