Por mais incrível que pareça, a nossa
querida natureza não é outra coisa que um mundo de aranhas. Mesmo que tenhamos
tido a sorte de dar a volta ao mundo em bicicleta e conseguir volver a casa
intacto, não quer dizer que estejamos imunes à teia de aranha que nos presigue
a todas partes.
Estou convencido que o pecado original,
é um pecado antecipado, para demonstrar-nos que nesta vida existem linhas
proibidas a ultrapassar. Caso não seja assim, ficamos sujeitos às consequências
divinas que podem ser superiores a qualquer castigo terrestre. Em princípio,
todas as raças conhecem os seus limites e os seus deveres da sua existência,
exceto a raça humana que despois da sua existência, sofreu uma metamorfose
aguda e degenerativa de tal forma intrínseca dentro de si mesmo, ao ponto de
perder toda a noção da sua integridade.
Inteligência e instinto são
incompatíveis entre si, pelo motivo do ser humano ter a mania do racionalismo
ao não aceitar o impulso espontâneo de resolver as contradições frequentes, por
vezes necessárias, para ajudar a encontrar um outro estilo de vida, sem
qualquer prejuízo a terceiros. Para compreendermos a distinguir o racional do
irracional, faz falta muitos anos a ler em linhas tortas, para chegar a
conclusões acertadas e mesmo assim, por mais que nos esforçamos a tentar
compreender o sentido desta vida insipida; continuamos a viver e a morrer sem
saber para que vivemos e morremos.
O irracionalismo na cultura da raça humana
é uma espécie de arrepio, qualquer coisa sem sentido, sobre tudo na classe
intelectual que domina o mundo. A inteligência é o bem de todas as coisas e sem
a mesma, a vida não tem qualquer sentido. Mediante esta frase, não é difícil
acreditar na história da criança que estava na janela a ver passar o Rei, chamando
a mãe para vir ver o desavergonhado Rei a passear-se na rua completamente nu.
Depois de tantos e tantos anos, estas
histórias voltam sempre à atualidade, mas desta vez, sem serem fantasiadas, porque
graças à inteligência, ao consenso da razão, e da verdade absoluta, se conseguiu
transformar este mundo numa autêntica teia de aranha, donde de uma forma ou de
outra, todos nós estamos em lista de espera para entrar na mesma, salvo aqueles
que tiveram e continuam a ter a felicidade de morrerem debaixo de bombas
inteligentes, sem mesmo terem tempo de arrependerem-se dos pecados cometidos.
A morte não deixa de ser morte, mas uma
morte rápida sempre será melhor que uma morte lenta. Morrer dessecado dentro de
uma teia de aranha, representa milhões de mortes, porque cada gota de sangue
que te chupam; serve para alimentar milhões de aranhas que à tua custa se vão
transformando em monstros sem limites!... Até quando?
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