domingo, 6 de maio de 2018

Aprender a ler em linhas tortas


Por mais incrível que pareça, a nossa querida natureza não é outra coisa que um mundo de aranhas. Mesmo que tenhamos tido a sorte de dar a volta ao mundo em bicicleta e conseguir volver a casa intacto, não quer dizer que estejamos imunes à teia de aranha que nos presigue a todas partes.
Estou convencido que o pecado original, é um pecado antecipado, para demonstrar-nos que nesta vida existem linhas proibidas a ultrapassar. Caso não seja assim, ficamos sujeitos às consequências divinas que podem ser superiores a qualquer castigo terrestre. Em princípio, todas as raças conhecem os seus limites e os seus deveres da sua existência, exceto a raça humana que despois da sua existência, sofreu uma metamorfose aguda e degenerativa de tal forma intrínseca dentro de si mesmo, ao ponto de perder toda a noção da sua integridade.
Inteligência e instinto são incompatíveis entre si, pelo motivo do ser humano ter a mania do racionalismo ao não aceitar o impulso espontâneo de resolver as contradições frequentes, por vezes necessárias, para ajudar a encontrar um outro estilo de vida, sem qualquer prejuízo a terceiros. Para compreendermos a distinguir o racional do irracional, faz falta muitos anos a ler em linhas tortas, para chegar a conclusões acertadas e mesmo assim, por mais que nos esforçamos a tentar compreender o sentido desta vida insipida; continuamos a viver e a morrer sem saber para que vivemos e morremos.
O irracionalismo na cultura da raça humana é uma espécie de arrepio, qualquer coisa sem sentido, sobre tudo na classe intelectual que domina o mundo. A inteligência é o bem de todas as coisas e sem a mesma, a vida não tem qualquer sentido. Mediante esta frase, não é difícil acreditar na história da criança que estava na janela a ver passar o Rei, chamando a mãe para vir ver o desavergonhado Rei a passear-se na rua completamente nu.
 Depois de tantos e tantos anos, estas histórias voltam sempre à atualidade, mas desta vez, sem serem fantasiadas, porque graças à inteligência, ao consenso da razão, e da verdade absoluta, se conseguiu transformar este mundo numa autêntica teia de aranha, donde de uma forma ou de outra, todos nós estamos em lista de espera para entrar na mesma, salvo aqueles que tiveram e continuam a ter a felicidade de morrerem debaixo de bombas inteligentes, sem mesmo terem tempo de arrependerem-se dos pecados cometidos.
A morte não deixa de ser morte, mas uma morte rápida sempre será melhor que uma morte lenta. Morrer dessecado dentro de uma teia de aranha, representa milhões de mortes, porque cada gota de sangue que te chupam; serve para alimentar milhões de aranhas que à tua custa se vão transformando em monstros sem limites!... Até quando?

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