Ser ignorante não é crime; no
entanto, quando a ignorância ultrapassa as barreiras da imbecilidade, a
sociedade corre o risco de se transformar em qualquer coisa fora de comum,
podendo contaminar meio mundo ao idiotismo, sem destino nem perspetivas de uma
razão de ser. Nesta vida cada um de nós, deve de ter o direito de exprimir-se
conforme as suas convicções, mas de maneira nenhuma tem o direito de as impor
seja a quem seja. É o pão nosso de cada dia, mesmo dentro da nossa própria
casa, ouvir montes de barbaridades, algumas delas, por vezes, nos fazem rir e
outras quando ultrapassam as boas regras de convivência devem de ser corrigidas
no preciso momento que saiam da boca de ignorantes que nem sequer sabem o que
dizem.
Num Estado de Direito, a
liberdade de expressão deve de ser totalmente livre, sempre e quando, não
existam insinuações, manipulações, situações obscuras, denegrindo a lógica do
bem - estar em proveito do próprio Diabo, porque só ele, a que é capaz de desacreditar
através de todos os meios mais maquiavélicos para destruir tudo e todos que o
rodeiam para conseguir os seus fins demoníacos.
Para que não existam más
interpretações, começo por dizer que em nada me preocupa o Diabo em letra
grande ou pequena, porque felizmente há vários anos, isto é, desde muito
criança que aprendi a distinguir a verdade da mentira e ao mesmo tempo,
compreender a diferença entre a vida dos ricos e a vida dos e pobres. Por um
lado, existia o Senhor poderoso; por outro, existiam os limpa - botas, sempre
dispostos às exigências do amo, mesmo que este, exigisse em bandeja as suas
próprias mulheres e por vezes as suas próprias filhas de tenra idade para
satisfazer a sua perversidade. Estes miseráveis “Limpa-botas”, não tinham
escrúpulos de nada e estavam sempre dispostos de uma maneira ou de outra, a
satisfazer os desejos do seu amo. Se um pobre companheiro tivesse a
infelicidade de fazer algum comentário destes abusos de menores, a primeira
coisa a fazer era o desterro para muito longe, porque nessa localidade a partir
desse momento fechavam-se todas as portas de sobrevivência. O castigo era
eficaz, a fuga para muito longe ou uma morte lenta provocada com pancada de vez
em quando por pisar terras proibidas, levando assim, um honrado e justo cidadão
à loucura, e a uma morte horrorífica de frio e fome nos arredores do povoado.
Simplesmente por comentar o que de maneira nenhuma podia comentar!
É arrepiante que este episódio e
tantos outros, alguns deles com mortes praticadas pelas próprias autoridades,
contra trabalhadores em greve, quando estes pediam um pequeno aumento!...
Analisando bem esta ignorância ou melhor dito, esta arrogância de pensar que
são aquilo que não são, em nada nos distanciam de tempos Feudalistas. Pelo contrário,
nesses tempos ainda se conheciam as caras dos lobos e eram eles próprios, a
fazer face a qualquer tentativa de impedimento das suas funções, enquanto hoje,
os lobos se vestem com pele de cordeiro e é com o dinheiro do contribuinte que
se fazem passar por grandes Senhores, quando na realidade não passam de uns
autênticos “ limpa - botas” dos monstros que dominam o Planeta.
Esta lavagem de cérebros de
atrofiamento ao povo, o que é, não é, e o que não é, é. Estas manipulações
enganosas custam milhões ao contribuinte e é uma autêntica vergonha que alguns
povos no seculo XXI, sabendo ler e escrever, estejam ao mesmo nível ou pior que
na idade media. Nesses tempos longínquos, a maior parte da população vivia com
o instinto de sobrevivência, hoje este instinto foi substituído, por vícios,
dependências, comportamentos compulsivos e degenerados devidamente estudados
para eliminar toda a decência Humana.
Uns dias atrás, num programa
televisivo chamado Barca do Inferno, por mera casualidade, pela primeira vez,
vi alguém que não tinha papas na língua, ao dizer e ao mesmo tempo expor as
misérias existentes deste País. Estava a ser um momento agradável de programa,
mas rápido se desvaneceu da mesma forma, como se desvanece a família dos
Efemerídeos A falta de educação existente nesse programa, faz lembrar aquela
história da mãe que grita à filha para chamar à vizinha o que ela é. É de um
descaramento inconcebível que num País chamado de Direito existam instituições
públicas com sistemas devidamente estudados e preparados para porem em causa a
verdade e o bom funcionamento de uma verdadeira convivência.
Como é possível que alguém sem
qualquer conhecimento de causa, tenha a vileza de impedir o comentário de
alguém, quando dito comentário por si só, é uma verdade incontestável? Como
podem ter comentaristas em programas públicos, que custam fortunas, despreciando
fundamentos democráticos, enaltecendo princípios fraudulentos isentos de
qualquer legalidade constitucional?
Sem grandes detalhes, uma Senhora
comentarista comentava nesse programa as condições das prisões portuguesas e
até ao momento que foi possível ouvi-la, não havia nada errado, pelo contrário,
eram dados que deviam ser considerados de utilidade pública. Talvez, pela
veridicidade de factos, se levantou um auguratório cujos áugures começaram por
desprestigiar a Senhora acusando-a de plágio, dizendo-lhe o que dizia era uma
política de pacotilha do sociólogo Boaventura Sousa Santos. Acrescentando que a
sociologia desse Senhor era algo como a estravagância de Fidel de Castro! (…)
Dito programa não contente com a primeira intervenção sai uma outro áugure
dizendo que antes não existia Justiça, mas que hoje, já há Justiça. Uma outra Senhora
pede esclarecimentos de tais intervenções e nesse momento a primeira Senhora
que estava a falar ficou com o discurso a meio e o espetáculo transformou-se
num disco raiado repetindo sempre a mesma coisa, sem qualquer intenção de
deixar falar seja quem seja, exceto os áugures, que continuavam a dizer uma
seria de disparates sendo uma autêntica vergonha que num País tão maravilhoso
como o nosso, possa existir tanto veneno, envenenando sem dó nem piedade tudo
que lhes passe pelas mãos.
O senhor Boaventura Sousa Santos
é uma das pessoas mais bem conceituada além- fronteiras, galardoado em México,
distinguido em toda América do Norte e do Sul, respeitado e admirado em todo
Mundo. Na minha humilde opinião, é um dos melhores sociólogos deste Planeta. É verdadeiramente
triste, mesmo para ficar de luto, ver como o teu próprio País tem programas de
desprestígio onde qualquer “illettrée” tem o desrespeito de
insultar e comparar como um charlatão, uma figura científica reconhecida mundialmente,
enquanto neste País, só as Excelências de pacotilha e os degenerados têm
direito a dizer o que querem, quando o que dizem sirva para enaltecer o
genocídio de velhos, os desfalques bancários, a desnutrição das nossas
crianças, a destruição total da nosso cultura impossibilitando os professores
de fazer o seu trabalho, empacotando a justiça em contentores para que os Juízes
não tenho acesso à mesma, não falando dos visados corruptos e todo esse mundo
onde se movem biliões de Euros enquanto o povo mesmo aqueles que trabalham não
conseguem chegar ao fim do mês.
Por último, se vende Portugal a qualquer
multinacional usurária como os correios e outras tantas coisas com efeitos
destrutivos como se tratara de uma bomba atómica. Tão pouco, esta corja que nos
governa, têm escrúpulos de sermos obrigados a fugir, da mesma maneira como
fogem as ratas quando se apercebem de terramotos que se aproximam.
Assim dizia Luís Vaz de Camões: Por mares nunca de antes
navegados passamos além da Taprobana.
Muito triste e revoltado, me
pergunto onde está aquela força humana que nos levou tão longe, para hoje
sermos os últimos a chegar a nenhuma parte? Não é a miséria material que escandaliza,
mas sim, a miséria espiritual e ver a passividade de um povo sem qualquer
resistência de lutar pelos seus próprios filhos, deixando-os à mercê de
qualquer monstro, podendo estes monstros fazem o que muito bem lhes apetece.
A maior tristeza nesta vida, é perder
a nossa própria essência, ficando passivo a todas injustiças e ao mesmo ver
como nos transformamos em autênticos zombies.
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