terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Uma Europa Sequestrada

Felizmente, ainda existe gente neste mundo, devidamente dotada de prever o antes e o depois. Jacques Delors foi uma dessas criaturas que fez tuto quanto pôde para conseguir que Europa falasse numa só voz, e ao mesmo tempo se tornara um exemplo de Continente Europeu, onde devia reinar os princípios de uma boa convivência. “ Um por todos e todos por um”. Mas, como os maus augúrios, estão sempre ao lado dos bons pensantes, quando estes falam no bom sentido da palavra, é quase instantâneo que reaparece uma outra força negativa e destrutiva, impedindo através de todos os meios possíveis e imaginários para que não possa existir uma boa convivência Europeia.
A revolta estudantil levada a cabo em Maio de 1968, foi bastante difícil compreender as verdadeiras causas de dita revolta. Em princípio pediam a demissão do Primeiro - Ministro Georges Pompidou. Esta petição foi cedida por Charles de Gaulle e ao mesmo tempo, ao ver o descontentamento do povo, formulou um referendo com a pergunta se devia continuar como Presidente ou se devia partir. A resposta foi contundente – devia de partir. Assim, sem qualquer agradecimento da parte de um povo, que antes comia batatas peladas e vivia numa das maiores misérias, uma vez de barriga cheia, não teve um mínimo de respeito por alguém que devolveu a dignidade à França.
A ingratidão do povo perante o seu Presidente levou este verdadeiro homem de Estado a demitir-se e refugiar-se em Colombey-les-Deux-Eglises; onde morreu a 9 de Novembro de 1970. Nessa época os jogos sujos da Politica, só eram compreendidos entre os políticos, não era muito fácil, compreender o que se cozinhava. Os intelectuais do “ Quartier latin” preocupavam-se mais, com o que passava em Cuba ou na Europa de Leste do que no seu próprio País! A França depois de todo o reboliço que fez, para expulsar Georges Pompidou das altas esferas politicas, uma vez conseguido, é a própria revolução que abre as portas do Champs-Elysées a Georges Pompidou como Presidente da República francesa.
Foi nessa época que os escândalos começam a surgir dia atrás dia. O que não se compreendeu nessa data, os factos e escândalos consecutivos cometidos até aos dias de hoje, demonstram perfeitamente bem, que o Maio de 68 não foi mais que Uma primavera “à la Française.” O objetivo não era Georsges Pompidou; mas sim o próprio General Charles de Gaulle. O Mundo do poder oculto, não podia permitir que no coração da Europa existisse um Chefe de Estado incorrupto, além disso, ter a coragem de retirar a França do Comando Militar da OTAN. Sem qualquer problema, rejeitou qualquer influência tanto Norte Americana como Britânica. Por duas vezes vetou a Inglaterra de entrar na Comunidade Europeia. A dignidade de um Político assim, não podia continuar, porque os que se creiam e se creem donos do Mundo não podem permitir que alguém governe honestamente um País, sem que o Diabo esteja constantemente com a boca na teta chupando até o próprio sangue.

Charles de Gaulle sobreviveu a dois atentados, talvez por causa do cansaço já não quis sobreviver ao terceiro; porque este lhe dava a oportunidade de ver todo o esforço de uma vida, dedicado ao seu País, esfumar-se sem deixar qualquer rasto. A morte deste grande Chefe de Estado, não só, deixou a França de luto, como toda a Europa. As portas da França foram abertas a todos os maus augúrios de mala morte. Os Cantos das aves anunciavam que a partir desse momento a França e Europa estavam sequestradas ao mesmo tempo. A Europa já não é Europa e por isso nada pode fazer, sem ordem expressa dos seus sequestradores. Esta realidade maior que um Templo será contada quando possa ser contada. Nem sempre se pode dizer o que se pensa nem fazer o que se deve; são causas alheias à nossa vontade e para que não desapareçam devem de ter luz no momento exato para continuarem a sobrevive.

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