As Excelências também morrem.

Portugal é um País de Excelências, Meritíssimos, Doutores, Engenheiros, Professores Universitários e tantos outros títulos que deviam de ser bem analisados antes de descreve-los. A miséria, a convivência não adequada, a própria fome fez de Makisimovitch Gorki um dos melhores escritores do Mundo. Fundador da literatura realista e social, escrevendo romances de tal ordem realista, que até aos dias de hoje a história não teve a felicidade de dar à luz um novo escritor desta índole!

Não creio que a natureza tenha perdido as suas fontes mágicas de produção, mas creio que os analistas ao analisarem este tipo de literatura devem de mata-la, mesmo antes de nascer. É um paradoxo que em tempos de ditaduras tinham pelo menos, direito a existir; hoje em tempos democráticos nem a isso têm direito.

Confusão, deturpação, manipulação, servidão, mentira contra mentira, roubo indiscriminado, roubar ao pobre para dar ao rico e tanta miséria humana que não é de estranhar que uma criança ou um ser humano ao ter capacidade de aperceber-se no “Mundo” em que vive, não se suicide ou pior ainda, leve com ele umas dezenas de colegas de escola ou mesmo os seus próprios amigos. Tão pouco é de estranhar - que o sentimento de uma mãe, tenha toda a tendência a não ser mãe, pela razão do seu futuro filho no momento de nascer; já é um devedor do Estado. Se os seus progenitores tiverem a possibilidade de pagarem uma formação privada, o risco é grande de ser violado num desses centros escolares isentos de qualquer controle. Por outro lado, o mais frequente é serem internados em orfanatos cuja depravação é sem limites, o destino destas crianças é programado para virem a ser delinquentes.

Estas condutas desastrosas, provenientes de Países altamente civilizados não deixam de surpreender certos comportamentos de alguns adolescentes de matarem indiscriminadamente os seus próprios companheiros e professores. Os meios de comunicação de todo o mundo, com o intuito de ganhar dinheiro não deixam de pregoar a todos ventos estes horríveis sucessos. No entanto, nunca consegui ler uma explicação adequada das razões que levaram este adolescente a cometer estes atos arrepiantes!

Este comportamento é justificado com o suicídio do autor que o praticou – mas a sociedade deve de exigir às Excelências que mandam no mundo - a verdadeira razão do porquê deste comportamento. A filosofia Cristiana não deixa de afirmar que a alma nasce ao mesmo tempo que nasce o indivíduo. A Psicologia tem uma outra visão totalmente oposta. A alma não nasce, se vai criando através do tempo, adaptando-se às circunstâncias do meio habitat e modelando-se ao mesmo, através dos exemplos que vê ou lhe ensinam. Instinto animal ou alma humana, a função é a mesma, viver como qualquer ave em liberdade sem nunca deixar de, cumprir com as suas obrigações perante o criador.

O grande problema é que toda a essência da vida natural foi destruída pelas Excelências, que se julgam Deuses para comandar o mundo. Ao destruírem os princípios fundamentais da vida, esta por si só, desaparecerá! A pedofilia nestas alturas é o pão nosso de cada dia e não deixa de ser normal que a vítima de tais aberrações deixe de ser humana e se transforme num monstro destruindo todo aquele que lhe roubou a alma, isto é, a sua própria vida. A vida foi criada para dar vida. É nesta linha em que gira o Universo e todo aquele que não obedeça a estas regras fica sujeito às consequências impostas pela natureza que por vezes, sem dó nem piedade destrói o que ela própria construiu.

O homem foi criado para criar vida, respeitar e saber-se dar ao respeito. Não nasceu para ser violado, muito menos penetrado por uma cambada de monstros sem limites de fazerem o que querem isentos de qualquer castigo. As leis não existem, tudo é uma divina comédia, uma farsa para protegerem culpados e condenarem inocentes. Tudo funciona debaixo de uma ordem criminosa, sem qualquer direito de contestação. A própria constituição de qualquer País do Mundo é uma autêntica fantochada, só tem um artigo que funciona, que é aquele que proíbe qualquer membro do Governo a ser preso sem a autorização da Assembleia da República. Todos os dias se fala em Direitos do Homem que é isso? Onde estão os Diretos das crianças? E o Direito da mulher onde está? Quem somos nós que até violamos, roubamos, massacramos, matamos a nossa própria mãe?   

Os últimos estragos são suficientemente visíveis para que o homem se dê conta dos atos diabólicos que comete todos os dias. A máquina infernal do progresso, não para nem um só instante de fabricar lixo de tal ordem tóxico onde nem sequer há lugar para armazenar tanta porcaria. De olhos fechados caminhamos por caminhos desconhecidos sem termos a menor ideia onde nos leva.

A malvadez do ser humano é sem limites ao ponto de condenar à morte um sobrevivente por roubar um pão para comer; enquanto outros dispensam fortunas numa só noite, para assistirem a orgias diabólicas e a verem pelas ventanas dos seus Palácios como se afundam barcos de milhares de refugiados em busca de pão, sem prestar qualquer auxílio de salvação. Esta realidade já não é do século de Gorki, mas sim de hoje. Talvez, não seria uma má ideia de ressuscitar Gorki e Mandela e dar-lhes força par continuarem com a sua verdadeira revolução.

Nem um nem outro conseguiram chegar ao fim de qualquer coisa. O primeiro chegou a ser preso pelos companheiros que defendia, o segundo em defesa do seu povo não teve opção de por fim ao desfalque que sofria ao seu País pelas mafias que reinavam e ainda continuam nos mesmos postos de exploração. Ganhou a dignidade do seu povo, mas perdeu a fórmula da continuação da mesma.

Quando a maior parte dum povo fica sujeito à fome e a viver debaixo de um teto Celestial, porque uma pequena minoria lhe roubou tudo quanto tinha: -Já não é um povo, mas sim é, qualquer coisa sem dignidade, sem alma, simplesmente malvadez humana.